đ GĂȘneros literĂĄrios - Tipos e caracterĂsticas
đPrimeiro, o que sĂŁo gĂȘneros literĂĄrios?
SĂŁo categorias que reĂșnem um conjunto de obras que apresentam atributos semelhantes no que se refere Ă forma e ao conteĂșdo. Para isso, faz uso de critĂ©rios semĂąnticos, sintĂĄticos, fonolĂłgicos, formais, contextuais, e outros. Essa categorização Ă© elĂĄstica, de modo que um conteĂșdo pode transitar entre uma e outra.
Inicialmente, podemos separar os gĂȘneros literĂĄrios em duas categorias principais: ficção e nĂŁo-ficção. Sendo assim, ressalto que essas duas sĂŁo categorias utilizadas para dividir os gĂȘneros e diversos subgĂȘneros literĂĄrios. Vou citar alguns exemplos que se enquadram nelas e os chamarei, de forma geral, de gĂȘneros, para que fique mais fĂĄcil, okay?

đA nĂŁo-ficção engloba obras que abordam fatos reais e que contĂ©m descriçÔes, opiniĂ”es, conjecturas ou representaçÔes de um assunto que Ă© apresentado como fato. Ou seja, tudo que Ă© escrito e produzido guarda uma Ăntima relação com a realidade. Em suma, na nĂŁo-ficção explora-se acontecimentos e personagens verdadeiros, mas nĂŁo significa que toda a descrição serĂĄ verdadeira. Dentro da nĂŁo-ficção, temos:
đBiografia: Relato acerca da vida de uma pessoa ou de vĂĄrias pessoas. đ Steve Jobs - Walter Isaacson; Frida â A Biografia - Hayden Herrera; Suzane: assassina e manipuladora - Ullisses Campbell.
đAutobiografia: Aqui, como o nome sugere, o relato Ă© escrito pela prĂłpria pessoa, que descreve fatos de sua vida. đ Minha Breve HistĂłria - Stephen Hawking; Minha histĂłria - Michelle Obama; Aprendizados: Minha caminhada para uma vida com mais significado - Gisele BĂŒndchen.
đAutoajuda: Obras de autoajuda objetivam fazer o leitor refletir acerca dos seus problemas, bem como, instruĂ-los para que possam resolvĂȘ-los atravĂ©s das mais diversas tĂ©cnicas. TambĂ©m Ă© voltada para o desenvolvimento pessoal, por meio do aprimoramento de habilidades e autoconhecimento. đ A Sutil Arte de Ligar o F*da-se - Mark Manson; O poder do subconsciente - Dr. Joseph Murphy; O milagre da manhĂŁ â Hal Elrod; Os segredos da mente milionĂĄria â T. Harv Eker.
đMemĂłrias: Ă uma classificação predominantemente atribuĂda a histĂłrias verĂdicas ou baseadas em fatos reais. Difere da biografia, pois nĂŁo se limita a contar a vida de alguĂ©m em particular, mas sim, em narrar as suas lembranças. đ ItinerĂĄrio de PasĂĄrgada - Manuel Bandeira; Minhas MemĂłrias dos Outros - Rodrigo OctĂĄvio; O nariz do morto - AntĂŽnio Carlos Villaça.
đEnsaios: SĂŁo escritos curtos que refletem a perspectiva do autor ou um ponto. Tratam de um tema ou assunto especĂfico, geralmente escrito em prosa (texto corrido com parĂĄgrafos). đ A Vida Descalço - Alan Pauls; Como Ficar Sozinho - Jonathan Franzen; Seis Propostas Para o PrĂłximo MilĂȘnio - Italo Calvino.
đPor outro lado, na ficção, temos obras cujo conteĂșdo Ă© produzido pela imaginação, Ă© o oposto da nĂŁo-ficção. Pode conter fatos reais, mas terĂĄ sempre elementos imaginĂĄrios, irreais, fantasiosos. a ficção engloba gĂȘneros como:
đAventura: Aqui, os personagens sĂŁo constantemente colocados em situaçÔes perigosas e arriscadas nas quais se envolvem em grandes jornadas, batalhas com inimigos ou monstros e um clĂmax final, onde o protagonista obtĂ©m o que procurava. đ Alice no PaĂs das Maravilhas - Lewis Carroll; As Aventuras de Huckleberry Finn - Mark Twain; A Volta ao Mundo em 80 Dias - JĂșlio Verne.
đLiteratura ClĂĄssica: Obras consagradas pela crĂtica literĂĄria com o passar do tempo e que contĂ©m temas de cunho moral, polĂtico e social que continuam a ser relevantes na atualidade. Podem remeter ou nĂŁo Ă antiguidade clĂĄssica (escritos antes do sĂ©c. XX). đ Os trĂȘs mosqueteiros - Alexandre Dumas; O conde de Monte Cristo - Alexandre Dumas; Madame Bovary - Gustave Flaubert; Crime e Castigo - FiĂłdor DostoiĂ©vski; MemĂłrias PĂłstumas de BrĂĄs Cubas - Machado de Assis.
đLiteratura FantĂĄstica: Narrativas ficcionais que focam em elementos nĂŁo existentes ou nĂŁo reconhecidos na realidade, estes, porĂ©m, sĂŁo abordados como se fossem naturais, nĂŁo sendo questionados pelo leitor. Abarca diversos subgĂȘneros (fantasia, horror, distopia, etc.).
đLiteratura Especulativa: Ă um termo utilizado para designar gĂȘneros ficcionais que pretendem especular sobre um passado, presente ou futuro, neste ou em outros mundos, atravĂ©s da utilização de narrativas fantĂĄsticas, de ficção cientĂfica ou horror, mas nĂŁo somente estes. Portanto, Ă© um termo que abrange a ficção cientĂfica, fantasia e horror, visto que muitas vezes Ă© difĂcil restringir uma obra a apenas um destes gĂȘneros.
đFicção CientĂfica (SF, FC, sci-fi ou scifi): Surgiu no final do sĂ©c. XIX e desenvolveu-se no sĂ©c. XX, refere-se a obras que possuem elementos cientĂficos como componentes essenciais da narrativa. Visa demonstrar os impactos e consequĂȘncias da ciĂȘncia e tecnologia sobre a sociedade. Podem abordar fatos cientĂficos/tecnolĂłgicos reais e/ou imaginĂĄrios (podem estar em contradição aos cientĂficos, contato que sejam plausĂveis e racionalmente explicados, dando a entender ao leitor que as ideias abordadas poderiam ser possĂveis na atualidade ou futuramente). Da Sci-fi derivam gĂȘneros como: Cyberpunk; Space Opera; ApocalĂptico e pĂłs-apocalĂptico. đ Frankenstein - Mary Shelley; Viagem ao Centro da Terra - JĂșlio Verne; O Guia do Mochileiro das GalĂĄxias - Douglas Adams; Uma Odisseia no Espaço - Arthur C. Clarke.
đGraphic Novel (Romance GrĂĄfico): SĂŁo histĂłrias produzidas em quadros sequenciais, mas que possuem uma complexidade maior, sendo mais longas e elaboradas que os quadrinhos. As histĂłrias tem inĂcio, meio e fim e, por serem fechadas, sĂŁo mais longas e com maior desenvolvimento. Portanto, em geral, nĂŁo sĂŁo periĂłdicas, mas, eventualmente, podem ter continuação. đ A Menina do Outro Lado: 1 - Nagabe; Maus: a histĂłria de um sobrevivente - Art Spiegelman; Retalhos - Craig Thompson.
đYoung Adult (YA ou Ya-Lit): Literatura para jovens-adultos, abrange livros cuja caracterĂstica principal Ă© ter como protagonistas personagens com faixa etĂĄria entre 14 a 18 anos ou 14 a 21 anos (nĂŁo encontrei um consenso). A temĂĄtica Ă© diversa, sempre voltada a assuntos que rondam os jovens-adultos, e vai desde temas como morte, depressĂŁo, sexualidade, bullying e aceitação, atĂ© outros tais quais violĂȘncia, doenças, drogas e alcoolismo. Difere da literatura infanto-juvenil, pois esta Ă© direcionada a prĂ© adolescentes, contando com temĂĄticas mais leves. đ As Vantagens de Ser InvisĂvel, Stephen Chbosky; Jogos Vorazes, Suzanne Collins; A culpa Ă© das estrelas, John Green; It's Kind of a Funny Story - Ned Vizzini.
đNew Adult (NA, Novo Adulto): A ficção para adultos nĂŁo Ă© um gĂȘnero totalmente reconhecido pelo mercado, por se confundir com a YA, e ainda encontra-se em desenvolvimento. Tem por foco o pĂșblico entre 18 e 30 anos, com personagens na mesma faixa etĂĄria, que estĂŁo passando pela transição da adolescĂȘncia para a vida adulta. Sendo assim, o foco Ă© em temas como autoconhecimento, independĂȘncia atravĂ©s da saĂda da casa dos pais, entrada na faculdade, desenvolvimento da sexualidade, primeiro emprego, carreira, perspectiva de futuro, entre outros similares. Difere da YA, porque os temas sĂŁo abordados de maneira mais fortes e complexa, com enfoque nessa transição da adolescĂȘncia para a vida adulta e questĂ”es mais decisivas. đ Espero Por VocĂȘ e White Hot Kiss, ambos da Jennifer L. Armentrout; After - Anna Todd; Vermelho, Branco e Sangue Azul - Casey McQuiston; MĂ©trica (Slammed) - Colleen Hoover.
Isto posto, vamos falar da classificação comumente empregada para os gĂȘneros literĂĄrios.
Os gĂȘneros literĂĄrios partem de uma classificação padrĂŁo que existe desde a antiguidade clĂĄssica, sendo creditada a AristĂłteles, que os teria dividido em trĂȘs categorias: gĂȘneros Ă©pico, lĂrico e dramĂĄtico. Atualmente, o gĂȘnero Ă©pico Ă© chamado de narrativo (alguns preferem tratar como ramificação do Ă©pico, distinguindo-os). Sendo assim, a classificação atual divide os gĂȘneros em: gĂȘneros Ă©pico ou narrativo, lĂrico e dramĂĄtico. Vou dar maior ĂȘnfase ao gĂȘnero narrativo, pois Ă© o que comporta a maior parte dos subgĂȘneros que costumamos ler atualmente e Ă© o mais relevante para os conteĂșdos abordados no blog. AtĂ© aqui, tudo bem?
đGĂȘnero lĂrico: Apresenta textos em versos que exploram a musicalidade das palavras onde o sujeito, chamado de eu-lĂrico (primeira pessoa), expressa seus sentimentos mais Ăntimos e emoçÔes. Possui, assim, um forte carĂĄter sentimental com predominĂąncia da subjetividade. Como exemplos, pode-se citar: Poesia; Hino; SĂĄtira; Ode; Ăcloga e Soneto.
đGĂȘnero dramĂĄtico: Nessa categoria, enquadram-se os textos, em poesia ou prosa, escritos para serem representados, ou seja, encenados, apresentados teatralmente. A palavra âdramaâ, inclusive, tem origem no grego âaçãoâ. Dessa forma, as obras associadas a este gĂȘnero sĂŁo particularmente criadas para serem exibidas em montagens teatrais. Assim, a voz narrativa Ă© entregue Ă s personagens, representadas pelos atores. Diz-se que sua origem Ă© ligada Ă s festas religiosas que eram feitas em homenagem ao deus DionĂsio (Baco). SĂŁo exemplos do gĂȘnero dramĂĄtico: TragĂ©dia; ComĂ©dia; Auto e Farsa.
đGĂȘnero Ă©pico ou narrativo: O gĂȘnero narrativo Ă© estruturado quase sempre em prosa e abarca obras com a presença de um narrador que Ă© responsĂĄvel por contar uma histĂłria que se desenrola sucessivamente em determinado espaço e tempo. Podem estas serem inspiradas em eventos reais ou apenas fictĂcios. SĂŁo, portanto, elementos essenciais deste gĂȘnero: o narrador; o enredo (sucessĂŁo de acontecimentos); os personagens (principais e secundĂĄrios), o tempo (Ă©poca em que se passa os fatos) e o espaço (local onde ocorrem os acontecimentos). Possui como manifestaçÔes:
đRomance: VocĂȘ que estĂĄ lendo esse post, se vocĂȘ acha que quando eu falo de romance estou me referindo somente Ă s histĂłrias de amor ou ao romance romĂąntico, saiba que vocĂȘ estĂĄ enganado, pois o Romance nĂŁo se restringe a isso. Em realidade, o Romance Ă© um dos mais abrangentes gĂȘneros narrativos, possuindo diversas tramas que nem sempre sĂŁo voltadas Ă s relaçÔes amorosas entre os protagonistas. O Romance Ă© uma narrativa longa, escrita em prosa, que apresenta uma histĂłria completa, sendo esta composta por personagens e cenĂĄrios definidos com precisĂŁo, alĂ©m de situaçÔes mais densas com maior detalhamento e encadeamento de açÔes, nas quais as marcas temporais, em geral, sĂŁo precisas.
Subdivide-se, ainda, de acordo com a relevùncia dada às personagens, ao tempo, ao espaço e à ação, em:
đRomance HistĂłrico: Surgiu no inĂcio do sĂ©c. XIX e visava reconstruir os hĂĄbitos, linguagens, estruturas polĂtico-sociais, econĂŽmicas, religiosas e culturais de determinado tempo. Neste tipo de romance, a histĂłria narrada tem por base acontecimentos histĂłricos que de fato ocorreram. Pouco interessa que o enredo e os personagens sejam fictĂcios, o importante Ă© que eles estejam em conformidade com dados e documentos histĂłricos referentes Ă Ă©poca na qual se passa a obra, de maneira que o leitor possa ter uma noção de como as pessoas viviam. đ O Menino do Pijama Listrado - John Boyne; Guerra e Paz - Liev TolstĂłi; Iracema - JosĂ© de Alencar; A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak.
đRomance de Ă©poca: Este Ă© um subgĂȘnero dentro do romance histĂłrico. A diferença Ă© que, aqui, nĂŁo hĂĄ obrigação com a descrição de fatos histĂłricos. De acordo com o que pesquisei, o ponto central Ă© o romance romĂąntico desenvolvido entre os personagens, portanto, o Romance de Ăpoca nĂŁo se preocupa com datas ou em referenciar fatos histĂłricos, mas sim, em mostrar como era a vida das pessoas em determinado tempo e como isso influencia o romance, os autores entendem os costumes da Ă©poca e inserem os personagens nela. Ou seja, utilizam momentos histĂłricos como pano de fundo para a obra, mas o foco narrativo Ă© mesmo o desenrolar do romance. Em geral, nĂŁo hĂĄ grandes tragĂ©dias e dramas, e os finais costumam ser felizes, podendo apresentar conteĂșdo adulto. đ Os Bridgertons - Julia Quinn, que conta atualmente com 9 volumes; O Duque que eu Conquistei - Scarlett Peckham; Uma Promessa e Nada Mais - Mary Balogh.
đRomance de costumes (ou urbano): Tem como principal caracterĂstica retratar e criticar os costumes da sociedade. Foi desenvolvido em parte como uma reação ao Romantismo e aos romances gĂłticos, afastando-se dos excessos de sentimentalismo. Sendo assim, corresponde Ă s obras realistas produzidas principalmente no sĂ©c. XIX, de modo que os elementos presentes nas histĂłrias visam demonstrar como de fato era a sociedade, sem floreios. Essa demonstração era feita por meio de uma anĂĄlise crĂtica e por vezes irĂŽnica dos modos, disparidades sociais, valores, crenças, estruturas e contradiçÔes das sociedades de classe mĂ©dia e alta. No Brasil, o foco eram aspectos negativos da vida urbana e costumes burgueses. đOs exemplos mais famosos no cenĂĄrio mundial sĂŁo as obras de Jane Austen, tais como Orgulho e Preconceito; RazĂŁo e Sensibilidade e Emma. No Brasil, temos livros como Senhora e A Viuvinha - JosĂ© de Alencar; MemĂłrias de um Sargento de MilĂcias - Manuel AntĂŽnio de Almeida e Caminhos Cruzados - Ărico VerĂssimo
đRomance policial: Neste gĂȘnero, o foco narrativo Ă© voltado para o crime e sua investigação. Em geral, a busca pelo criminoso Ă© feita por um detetive (alĂŽ, Sherlock! - ou xeroque se preferirem hihi) que tenta resolver o mistĂ©rio apresentado. Sua essĂȘncia, dessa forma, Ă© a descoberta da identidade do malfeitor, ocasionando para o leitor uma surpresa quando esta Ă© revelada. đ O Misterioso Caso de Styles, Assassinato no Expresso do Oriente e Morte na MesopotĂąmia, todas de Agatha Christie, a Rainha do Crime (inclusive a Ășltima resenha do blog foi dela, corre lĂĄ pra ver), basicamente, quase todas as obras da autora sĂŁo romances policiais; outros exemplos famosos sĂŁo Assassinatos na Rua Morgue - Edgar Allan Poe; Um Estudo em Vermelho - Conan Doyle e O CĂłdigo da Vince, Dan Brown.
đRomance psicolĂłgico: Seu nascimento estĂĄ atrelado aos estudos da psicologia (sĂ©c. XIX e XX) que possibilitaram que uma atenção maior fosse dada Ă mente humana. Assim, romances psicolĂłgicos sĂŁo narrativas voltadas Ă individualidade do sujeito, mostrando de forma aprofundada os motivos Ăntimos de suas escolhas e açÔes, seus sentimentos, suas crises, emoçÔes e pensamentos. Ou seja, deixa-se de lado os motivos externos condicionantes da açÔes humanas e foca-se na consciĂȘncia do sujeito. đ O Morro dos Ventos Uivantes (trata sobre o ego e suas derivaçÔes), da inglesa Emily Bronte; Crime e Castigo e MemĂłrias do Subsolo, ambos de DostoiĂ©vski e Ulisses - James Joyce.
đRomance sobrenatural: Aqui, os romances abordam histĂłrias que envolvem personagens humanos e, como o nome indica, seres sobrenaturais. EntĂŁo, as narrativas mostram o desenrolar dessas relaçÔes entre humanos e vampiros; lobisomens; demĂŽnios; anjos; fantasmas; extraterrestres, as possibilidades sĂŁo diversas e ficam entregues Ă criatividade do autor. Muitas Sagas contemporĂąneas deste gĂȘnero ficaram famosas e tambĂ©m sĂŁo vistas com maus olhos por muitos leitores, jĂĄ eu, confesso que adoro. đ DrĂĄcula - Bram Stoker; Saga Fallen - Lauren Kate; Hush Hush - Becca Fitzpatrick; Saga CrepĂșsculo - Stephenie Meyer; CrĂŽnicas Vampirescas - Anne Rice; Saga Lux - Jennifer L Armentrout.
đConto: Narrativas em prosa que sĂŁo mais curtas que a novela e o romance e contam, ainda, com um pequeno nĂșmero de personagens. O enredo gira em torno de um Ășnico conflito que se resolve em um curto perĂodo. đ O Gato Preto - Edgar Allan Poe; A Cor que Caiu do Espaço - H. P. Lovecraft; O Alienista - Machado de Assis.
đNovela: GĂȘnero que constantemente Ă© confundido com o Romance e o Conto, a diferença Ă© que a Novela Ă© mais extensa que o Conto e menor que o Romance, o mais extenso de todos. AlĂ©m disso, a complexidade Ă© menor que no Romance, mas, diferente do conto, possui vĂĄrias personagens. Organiza-se em prosa, com uma narrativa breve e em ritmo acelerado, possuindo diversos enredos que vĂŁo se conectando ao longo da trama e cuja sequĂȘncia Ă© cronolĂłgica. Quanto aos personagens, podem ser introduzidos e removidos conforme a vontade do autor. NĂŁo confundir com as telenovelas, que numa simples definição, sĂŁo ficçÔes desenvolvidas para serem apresentadas na televisĂŁo. đ A Morte de Ivan Ilitch - Liev TolstĂłi; A metamorfose - de Franz Kafka; ManhĂŁ Transfigurada - Luiz Antonio de Assis Brasil.
đCrĂŽnica: Tipo textual com narrativa curta, geralmente, direcionada a jornais e revistas, visando retratar fatos cotidianos da vida nas cidades. Possui uma escrita simples e de fĂĄcil compreensĂŁo que busca fazer uma anĂĄlise crĂtica das situaçÔes cotidianas, levando o leitor a refletir acerca delas. đ Fuga do HospĂcio - Machado de Assis; Das Vantagens de Ser Bobo - Clarice Lispector; O Velho - Carlos Drummond de Andrade.
đFĂĄbula: Narrativas fantĂĄsticas curtas muito presentes na literatura infantil, possuem um carĂĄter pedagĂłgico que tem por função transmitir ensinamentos Ă©ticos e morais. Os personagens das histĂłrias, em geral, sĂŁo animais. đ Esopo (620 a.C - 564 a.C) foi um filĂłsofo grego a quem Ă© atribuĂda a autoria de vĂĄrias fĂĄbulas famosas, nomeadamente A Lebre e a Tartaruga, A Cigarra e a Formiga, O LeĂŁo e o Rato, etc. Outra fĂĄbula famosa Ă© A Revolução dos Bichos de George Orwell.
đFantasia: SubgĂȘnero da literatura fantĂĄstica, aqui, sĂŁo utilizados os mais diversos componentes sobrenaturais, divinos e mĂĄgicos como elementos principais do enredo. Esses nĂŁo precisam necessariamente de explicação cientĂfica ou tecnolĂłgica. Dentro da fantasia existem, ainda, a Alta Fantasia e a Baixa fantasia. Em termos beeem simples, na Alta Fantasia a histĂłria se passa em um mundo completamente imaginĂĄrio, fora da realidade, jĂĄ na Baixa Fantasia, a trama ocorre no mundo real, mas utiliza seres e elementos fantĂĄsticos no enredo, o que importa Ă© a normalidade com que as personagens encaram esses elementos. đ As CrĂŽnicas de Gelo e Fogo - George R. R. Martin; O Senhor dos AnĂ©is - J. R. R. Tolkien; Trono de Vidro - Sara J. Maas; A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard; As CrĂŽnicas de NĂĄrnia - C.S. Lewis.
đDistopia (cacotopia ou antiutopia): A ficção distĂłpica Ă© contrĂĄria Ă s utopias, nela, elementos como totalitarismo, repressĂŁo polĂtica, limitação das liberdades civis e individuais, moralidade pervertida, autoritarismo e opressivo controle social ganham destaque. A tecnologia surge como uma ferramenta de controle do Estado ou outra autoridade, numa sociedade na qual as situaçÔes de vida sĂŁo intolerĂĄveis, recheadas de privação e desespero. A principal função de obras desse cunho Ă© nos deixar desconfortĂĄveis ao aprofundar uma crĂtica Ă sociedade e seus problemas. đ 1984 - George Orwell; AdmirĂĄvel Mundo Novo - Aldous Huxley; Laranja MecĂąnica - Anthony Burgess; NĂłs - Yevgeny Zamyatin; O Homem do Castelo Alto - Philip Kindred Dick.
đHorror: Inicialmente, era entendido como uma ramificação do FantĂĄstico com caracterĂsticas da Ficção CientĂfica, posteriormente, tornou-se uma narrativa especĂfica e ganhou seu espaço (final do sĂ©c. XVIII e sĂ©c. XIX). O escritor norte-americano H.P. Lovecraft Ă© considerado o precursor da ficção de horror, seguindo o caminho aberto por Edgar Allan Poe. O Horror retrata universos marcados pelo mal, cheios de superstiçÔes, dando origem a um mundo assustador, demonĂaco e amedrontador. Isso porque a base narrativa Ă© o terror, isto Ă©, Ă© necessĂĄrio despertar no leitor sensaçÔes como medo, pĂąnico e outras emoçÔes de pavor ao longo da leitura. Portanto, o enredo traz uma trama recheada de cenĂĄrios sobrenaturais e fantasmagĂłricos. Sua manifestação na realidade retrata situaçÔes de massacres, guerras, destruição, entre outras. đ O Chamado de Cthulhu e Dagon - H.P. Lovecraft; Hellraiser: Renascido do Inferno - Clive Barker; O CemitĂ©rio - Stephen King.
đTerror: Um dos gĂȘneros mais conhecidos e que dispensa uma definição muito extensa, o Terror tem o intuito de despertar no leitor medo e a expectativa diante dos acontecimentos assustadores, deixando-o aterrorizado diante deles. đ Sem dĂșvidas, Stephen King vem se consolidando como o maior expoente do gĂȘnero na contemporaneidade, com obras como: Carrie, a estranha, O Iluminado e It, a Coisa. Outros exemplos clĂĄssicos sĂŁo: O Corvo, Edgar Allan Poe; DrĂĄcula, Bram Stoker; O Castelo de Otranto, Horace Walpole.
đŁ Antes de passar ao prĂłximo tĂłpico, vou fazer um pequeno esclarecimento para que vocĂȘs nĂŁo fiquem confusos. Justamente pelo Horror ter muitos elementos de Terror os dois gĂȘneros vivem sendo confundidos e tratados como a mesma coisa, sendo atĂ© mesmo difĂcil dizer qual obra Ă© Terror ou Horror, visto tambĂ©m que os autores os misturam. A diferença, basicamente, Ă© que o terror gera um sentimento de medo e expectativa antes de algo horrĂvel acontecer, sendo assim, estĂĄ mais relacionado ao medo psicolĂłgico que acaba gerando no leitor uma ansiedade diante de um acontecimento assustador. JĂĄ no horror, o sentimento do leitor Ă© de repulsa apĂłs o acontecimento de algo assustador e macabro, Ă© aquela sensação de chegar a uma realização terrĂvel e bastante desagradĂĄvel e ficar chocado, assustado, horrorizado com ela. Enfim, a distinção Ă© realmente bem tĂȘnue e muito subjetiva, de modo que os dois gĂȘneros vivem se misturando.
đThriller ou suspense: O suspense ganhou carĂĄter literĂĄrio com Edgar Allan Poe, que inseriu a figura do detetive como protagonista de suas histĂłrias policiais, apresentando-o como alguĂ©m que vai solucionar os casos misteriosos. Este gĂȘnero objetiva provocar no leitor sentimentos como incerteza, ansiedade, excitação e tensĂŁo diante do desfecho dos acontecimentos. A nota caracterĂstica Ă© o inesperado e a surpresa, jĂĄ que sem elas o suspense perde o efeito. đ E NĂŁo Sobrou Nenhum - Agatha Christie; Anjos e DemĂŽnios - Dam Brown; O SilĂȘncio dos Inocentes - Thomas Harris.
Por fim, Ă© isso galera, demorei uns trĂȘs dias juntando todas essas informaçÔes para fazer o post e deixĂĄ-lo o mais claro e completo possĂvel, pois, como ressaltei anteriormente, as informaçÔes sĂŁo muito esparsas e pouco uniformes, gerando confusĂŁo. Diante disso, gostaria de ressaltar alguns pontos. Tudo isso que eu falei sĂŁo categorizaçÔes que fazemos porque nĂłs humanos gostamos de dar nome Ă s coisas e classificĂĄ-las, mas muitos destes gĂȘneros se mesclam nas obras e praticamente nĂŁo existem no mundo literĂĄrio de forma individual. Ou seja, muito dificilmente uma obra vai ser somente de um tipo. Alguns destes gĂȘneros nem mesmo sĂŁo considerados como tal, mas tambĂ©m nĂŁo encontrei uma categoria especĂfica para eles, de modo que, como ressaltei lĂĄ no inĂcio, chamei tudo de gĂȘnero, porque o que era importante passar para vocĂȘs era o que significavam, suas distinçÔes e caracterĂsticas. AlĂ©m disso, essa classificação Ă© elĂĄstica e altera-se constantemente. Obviamente, existem diversos outros gĂȘneros que nĂŁo citei aqui, entĂŁo fiquem a vontade para dar uma olhadinha nas referĂȘncias que vocĂȘs irĂŁo encontrar muitos deles. Espero que tenham gostado e que o post os tenha ajudado a entender o assunto. Xero e atĂ© prĂłxima (vou tentar que seja logo haha) đ.
PS: Caso alguém tenha alguma ressalva quanto às informaçÔes aqui expostas pode deixar algum comentårio ou entrar em contato comigo no instagram do blog @bookstanobcecada, que eu faço a correção caso confirme a informação.
PSÂČ: A barra lateral do blog tem marcadores para que vocĂȘs acessem mais facilmente as categorias dos posts. Essas postagens em que eu explico algo estĂŁo marcadas com a tag #LoreExplica, jĂĄ as resenhas sĂŁo separadas de acordo com os gĂȘneros dos livros.
ReferĂȘncias
GĂȘnero literĂĄrio, tipos, classificação
GĂȘneros literĂĄrios, tipos e caracterĂsticas dos gĂȘneros literĂĄrios
GĂȘneros literĂĄrios - gĂȘneros de obras literĂĄrias
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Muito bom đđ
ResponderExcluirArrasooou!
ResponderExcluirE SĂ VAI MELHORANDO!!! đđđ
ResponderExcluirE SĂ VAI MELHORANDO!!! đđđ
ResponderExcluirIncrĂvel!!
ResponderExcluirMuito obrigadaaa, pessoal. Infelizmente não då pra dar like nos comentårios kkkk, mas agradeço a todo
ResponderExcluirE eu que tinha dificuldades de entender, minhas dĂșvidas foram todas esclarecidas. Rolou atĂ© uns prints aqui kkkkl.
ResponderExcluirHahaha que boom, Duda, fico mt feliz quando meus posts agregam a vcs de alguma forma đđ
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